terça-feira, 23 de agosto de 2011

DESABAFO DE UM DESTINO DESATINADO


I – Da observação do destino

Filho da puta,
humano-moleque,
No final da curva,
Eu vou te pegar.

Te pego sozinho,
Sem mãe, sem defesa,
Na tua mente escondida,
Saída na há.

Tu te achas grande,
Metido, perverso.
Exacerba sentidos.
Onde tu estás?

O meu paraíso,
É teu medo escondido.
No rio do destino,
Vingança virá!

Caminhas pra frente!
Não olhas pra trás?
Desce daí!
O que ganharás?

Tua origem é teu tudo,
Teu fruto desnudo,
Ignoras futuro?
E teus filhos, pastais?

II – Da advertência do destino

Filho da puta,
Pensais na vida,
Minha labuta é corrida.
Quem te vai defender?

Não te achais tudo,
Pois no teu crepúsculo,
Da terra e do pó,
Tu não podes correr!

Ao teu livre arbítrio,
Assisto sozinho,
E no livro da vida,
Estou eu a escrever.

Eu quieto, calado,
Com os dois pés descalços,
Com medo do futuro,
Quero te ver crescer!

Mas teu deslumbramento,
Orgulho desatinado,
Subiu pra cabeça,
Não te deixa ver!

Que teu coração,
Ficando escuro,
Teus filhos queridos
A quem vão obedecer?

III – Das consequências

Filho da puta,
Quem pensas que és?
Já bebestes as lágrimas,
De quem ignoraste?

O amor da tua esposa,
Já não mais existe,
Lembranças apenas,
Do que destruístes.

No teu livro da vida,
Eu já escrevi,
O grito e o temor,
Dos que tu abandonaste.

Tua alma sem cor,
Teus olhos sem vida,
Espelham apenas,
O que tu plantaste.

Tuas noites, agora,
Sem lua, sem sono,
Soam os pesadelos,
Que tu já causastes.

E hoje tu choras humano-moleque,
Eu bem te avisei o que estava por vir.
E tu não me ouvistes, homem-teimoso
a tua morte em vida, tu já cansastes?
Mas agora filho: "É tarde!