segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Carta a uma Senhorita em Paris...

Devo confessar que sou mesmo uma péssima leitora da Literatura Latina, pois eu desconhecia totalmente o escritor Júlio Cortázar: “Romancista e contista argentino nascido na Bélgica, no dia 26 de agosto de 1914 e falecido 12 de fevereiro de 1984 em Paris. Ele é um explorador da realidade e da irrealidade, assim renova a literatura latino-americana de língua espanhola. Sua obra questiona o convencional, procurando um conhecimento que dispense o auxílio da lógica”...

Bem, mas agora com esta Carta a uma Senhorita em Paris, ele fará parte da minha lista da Bibliografia dos Melhores entre os Melhores Escritores latinos... É só saborear o trechinho, a seguir, e serei compreendida:

“(...)... Você sabe por que vim a sua casa, a sua tranqüila sala festejada de sol. Tudo parece tão natural, como sempre, que não se sabe a verdade. Você foi a Paris, eu fiquei com o apartamento da Calle Suipacha, elaboramos um simples e satisfatório plano de mútua conveniência, até que setembro traga-a de novo a Buenos Aires e me atire a alguma casa onde talvez… Mas não lhe escrevo por isso, envio esta carta por causa dos coelhinhos, parece-me justo informá-la; e porque gosto de escrever cartas, e talvez porque chove.

Quanto a mim, dos dez aos 11 anos há como um vazio insuperável. Você vê: dez estava bem, com um armário, trevo e esperança, quantas coisas se podem construir. Mas não com 11, porque dizer 11 é certamente dizer 12. Andrée, 12 que será 13. Então está o amanhecer e uma fria solidão na qual cabem a alegria, as recordações, você e talvez tantos outros. Está esta sacada sobre Suipacha cheia de aurora, os primeiros sons da cidade. Não acho que seja difícil juntar 11 coelhinhos salpicados sobre os paralelepípedos, talvez nem os notem... (...).”

Para continuar com a leitura do conto....