quarta-feira, 13 de julho de 2011

Continuar a viver...


"O contraste entre as dificuldades e o entusiasmo quotidiano que lemos no livro é algo que pode caracterizar os cubanos ou isso é um lugar-comum?

Não, é mesmo assim, até porque é isso que nos salva. Não podemos chorar o tempo todo... Essa vontade de celebração é algo que nos caracteriza, sim, ainda que não do modo folclórico que alguns imaginam. Quando se passa oito horas sem electricidade, arranjam-se formas de contornar as coisas. Quando comecei a trabalhar como engenheira electrónica, em 1992, era frequente a electricidade falhar, e então ficávamos sem nada para fazer, por isso falávamos, conhecíamos pessoas, tínhamos amantes... A capacidade de relativizar as coisas faz-nos viver melhor e a região do Caribe sabe bem que isso é assim. Podemos estar uma hora a lamentar-nos sobre a vida, mas quando essa hora acabar, continuamos a viver."